ESG: A Comunicação como Pilar Fundamental para o Sucesso das Marcas Sustentáveis.

Em um cenário global onde a expectativa sobre o papel das grandes organizações atinge níveis sem precedentes, a importância das ações relacionadas a ESG (Ambiental, Social e Governança) se destaca como um imperativo para o sucesso das marcas. Como mencionou Churchill em um contexto diferente, nunca tantos esperaram tanto de tão poucos. Este paradoxo impulsiona a necessidade urgente de transformações substanciais para tornar o mundo mais sustentável e habitável, não apenas para as gerações presentes, mas também para aquelas que estão por vir.

A sustentabilidade, nesse contexto, é uma missão coletiva e responsabilidade compartilhada. A comunicação emerge como a espinha dorsal que conecta esses esforços coletivos, fornecendo clareza sobre a direção, as aspirações de mudança e o papel que cada indivíduo desempenha nesse percurso. Nas duas edições de estréia da DUE Insights, realizadas em Brasília e no Rio de Janeiro, abordamos de maneira inovadora o papel crucial da comunicação na trajetória ESG.

Partindo dos diversos prismas da sigla ESG, que ressoa de maneira distinta para cada grupo de stakeholders, exploramos um estudo que integra as conclusões de pesquisas relevantes e a escuta social proporcionada pelo painel ESG da Stilingue, uma parceira ativa no evento.

As vozes de especialistas como Pedro Rivas (ESPM), Raquel Messias e Luiz Lara (Lew’Lara\TBWA), impulsionadas pelo lançamento do guia Marketing Sustentável 2030 da ABA, deram vida às edições inaugurais da DUE Insights. Sob a moderação de debatedores visionários, como Gabriel Santamaria (Banco do Brasil) e Rayssa Tomaz (Jornalista), mergulhamos nas conclusões do estudo da SocialData, enriquecendo o diálogo com a riqueza de experiências de profissionais como Alexandre Freeland (InPress), Paula Martini (Internet das Coisas) e Sheila Aquino (Sistema Fecomércio-Rio).

O estudo revelou pontos cruciais:

• ESG, apesar de sua definição genérica como "Governança com foco no meio ambiente e na sociedade", encontra nuances específicas para cada stakeholder. A ONU almeja a incorporação dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS); agências de risco têm critérios distintos, resultando em apenas 60% de correlação entre seus ratings; empresas veem no ESG uma oportunidade de melhorar sua imagem; e os consumidores, embora desconheçam a sigla, demonstram interesse em questões ambientais e sociais.

• Cerca de 80% das grandes empresas possuem uma agenda ESG, mas apenas cerca de 40% estabelecem metas e monitoram resultados de forma consistente (Pesquisa Pacto Global).

• A pesquisa Líderes de Negócio evidencia que a quase totalidade dos executivos considera o ESG importante, mas apenas 16% possuem profundo conhecimento sobre o tema, enquanto 8% avaliam o desempenho de suas empresas como excelente nesse aspecto.

• Obstáculos como falta de conhecimento nas equipes e pressão por resultados de curto prazo impedem avanços. Surpreendentemente, 70% das empresas não planejam aumentar seus investimentos em ações ESG nos próximos doze meses.

O evento também proporcionou um olhar profundo sobre a escuta social, destacando que a preocupação com o meio ambiente domina as interações ESG, especialmente nos setores Financeiro, Alimentos e Bebidas, Automotivo, Óleo e Gás e Tecnologia.

Entretanto, mesmo diante da crescente importância do ESG, há desafios a serem superados. A falta de consenso sobre o significado exato do ESG entre os engajados na causa reflete a necessidade premente de desenvolver uma "cultura ESG". A comunicação, especialmente das organizações que almejam ser reconhecidas como impulsionadoras do ESG, emerge como uma ferramenta vital para educar a sociedade.

Mais do que relatar feitos e buscar reconhecimento, as marcas sustentáveis precisam explicar o porquê de suas ações e inspirar mais pessoas a seguir o mesmo caminho. Num mundo onde as prioridades e urgências frequentemente se entrelaçam, a comunicação eficaz se revela como um dos pilares fundamentais para conduzir as transformações necessárias em direção a um futuro sustentável.

Fátima Rendeiro – Head of Market Intelligence, Due

Mestra em Gestão da Economia Criativa pela ESPM, com especialização em Marketing e graduação em publicidade. Membro Associado do Teach The Future, Diretora de Relações com o Mercado do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro e Embaixadora do Amigos do Mercado Rio de Janeiro.

Em sua carreira, nos últimos anos liderou o departamento de mídia de importantes agências de publicidade, foi pesquisadora associada do Think Tank Copenhagen Institute for Futures Studies, sediado na Dinamarca, durante 8 anos, atuou como Head da área de educação corporativa da Martech In Loco e foi responsável pela comunicação da organização de impacto social Gastromotiva.

Recebeu vários prêmios de mídia, e em 2013 foi vencedora do Prêmio Caboré como “Melhor Profissional de Mídia”, concedido pela editora Meio e Mensagem e considerado um dos mais importantes prêmios na área de publicidade.

Como atividade voluntária foi co-organizadora do TEDxRio Educação em dezembro de 2018 e tem como meta ser uma liderança regenerativa, capaz de mobilizar talentos e recursos, acolhendo a diversidade de opiniões e visões de mundo

Flávio Ferrari – Sócio e Consultor da Social Data

Sócio e Consultor da SocialData, e professor em cursos de pós-graduação da ESPM, Flávio é especialista em Cenários Futuros, Planejamento Estratégico, Comunicação e Inovação. Engenheiro de Produção, especializado em Marketing (FGV) e pós-graduado em Filosofia (PUC/RS), é autor do livro “Atitude Digital – os caminhos da transformação” (2018), e co-autor de “ACUMEN – The Future Castles Stones” (2020) e “Reputação” (2021).

Comandou (CEO/MD) as três maiores empresas de Pesquisa de Mídia da América Latina (Kantar/Ibope, Ipsos Connect e GfK Media), foi Head BR do CIFS – Copenhagen Institute for Futures Studies e Head de Inovação Comercial na CNN Brasil.

Atua, também, como conselheiro consultivo de inovação