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Não, não e não, em qual desses você acredita mais?

  • Foto do escritor: RICARDO  AQUINO
    RICARDO AQUINO
  • 16 de set. de 2024
  • 4 min de leitura



Assistir ao show do Deep Purple na noite passada no palco Sunset do Rock in Rio me despertou algumas sensações.

Algumas muito positivas como a potência com a qual os “senhores” da banda levaram o seu show e uma verdadeira multidão ao delírio, outras inquietantes em perceber a força da superação de pessoas que seguem encantando o mundo apesar da “avançada” idade.

Não estamos falando só de arte e entretenimento, estamos nos referindo aqui ao mundo corporativo, principalmente.


Na jornada profissional, todos nós somos confrontados com a palavra "não".

O "não" que damos, o "não" que recebemos e o "não" que a vida tenta impor.

No mundo avassalador de hoje, os obstáculos se multiplicam à medida que enfrentamos desafios profissionais e pessoais, sendo o etarismo um dos maiores entraves para quem envelhece no mercado de trabalho.


O etarismo, ou discriminação baseada na idade, é um fenômeno que afeta muitos profissionais, especialmente aqueles com mais de 50 anos. Segundo uma pesquisa da Catho, apenas 3% a 5% dos colaboradores nas empresas são profissionais com 50 anos ou mais.


Contudo, grandes figuras públicas, neste caso citando o mundo da música, desafiam esses preconceitos e nos mostram que a idade é apenas um número quando a paixão, o talento e a persistência estão em jogo.

 

O Primeiro "Não": Autossabotagem ou Limites Pessoais?


Quantas vezes dissemos "não" a nós mesmos?

Quantas oportunidades deixamos escapar por medo de falhar ou por acreditarmos que não éramos capazes?

Esse primeiro “não” é muitas vezes o mais poderoso. Ele determina o quão longe estamos dispostos a ir em nossa carreira e até onde estamos dispostos a lutar por nossos sonhos.

Usando ídolos como referência, Ney Matogrosso, por exemplo, nunca disse “não” ao seu desejo de explorar diferentes formas de expressão artística, desafiando normas sociais e padrões estéticos desde o início de sua carreira. Aos 82 anos, continua a se reinventar no palco, provando que é possível, sim, continuar no auge, mesmo após décadas de estrada.


O "Não" Externo: Quando o Mercado Fecha Portas.


Profissionais de todas as áreas recebem recusas constantes: seja ao buscar uma promoção, uma mudança de carreira ou ao lançar um novo projeto. No mundo da música, artistas como AC/DC e Deep Purple, por exemplo, enfrentaram uma enxurrada de críticas ao longo das décadas. Desde questões sobre a relevância de seu som em novas gerações até previsões de que o rock estava "morto" ou ultrapassado.

Esses artistas, no entanto, continuaram a desafiar as expectativas. AC/DC, uma das bandas de rock mais icônicas do mundo (facilmente figura no meu “Top3” do rock), continua a lotar estádios e produzir álbuns de sucesso. Mesmo com a idade avançada de seus membros, a paixão pela música e a conexão com seu público os mantém na ativa. O vocalista Brian Johnson, que já passou por problemas sérios de saúde, nunca deixou que isso fosse uma barreira definitiva para sua carreira, o icônico Angus Young mostra o poder da energia e do talento arrebentando até hoje pelos pacos do mundo.

E usando a noite de ontem no RIR como inspiração, o Deep Purple também se destaca pela sua longevidade. Formada em 1968, a banda continua na estrada mais de cinco décadas depois. Integrantes como Ian Gillan e Roger Glover seguem demonstrando que, mesmo com o passar dos anos, a criatividade e o talento não precisam enfraquecer. Eles continuam a produzir novos álbuns e realizar turnês mundiais, desafiando o etarismo que muitas vezes empurra artistas mais velhos para a margem.


O "Não" da Vida: Lutando Contra o Etarismo.


O terceiro e mais difícil “não” é aquele que a vida impõe com o tempo.

O etarismo é um fenômeno presente em todos os campos profissionais, e o entretenimento não é exceção. Para muitos, o envelhecimento é visto como um sinal de decadência e perda de relevância, uma mentalidade que força muitos profissionais a aposentarem-se precocemente ou aceitarem papéis limitados.

No entanto, artistas como Ney Matogrosso, AC/DC e Deep Purple nos ensinam que o envelhecimento não deve ser visto como uma barreira. Eles mostram que o talento não diminui com o tempo – ele evolui, amadurece e ganha novas camadas. Ney, por exemplo, mantém sua vitalidade e energia nos palcos, desafiando os estigmas associados à idade e à performance. Sua ousadia em abordar temas tabu e sua presença cênica são um testemunho de que a experiência traz uma nova profundidade ao trabalho artístico.

Assim como eles, milhares de profissionais pelo mundo desafiam a noção de que envelhecer significa declinar. Cada “não” que a vida impõe é uma oportunidade de provar o contrário. O mercado pode ser difícil, o etarismo pode ser forte, mas a paixão, a resiliência e a determinação são forças que transcendem essas barreiras.

O “não” faz parte da vida de qualquer profissional. Contudo, ao olhar para estes exemplos, vemos que os desafios impostos pela vida – inclusive o etarismo – podem ser superados. A idade não define o potencial de alguém, e os que resistem ao “não” imposto pela sociedade e pelo tempo mostram que o sucesso e a realização profissional não têm prazo de validade.


Lutar contra o etarismo é mais do que resistir ao preconceito: é afirmar que a experiência, a paixão e o talento são eternos. Independentemente da idade, quem tem algo a contribuir continuará a fazê-lo, enquanto houver coragem para ignorar os “nãos” que a vida tenta impor.


Em suma, estes desafios podem ser superados através da resiliência, da paixão pelo trabalho e da capacidade de se adaptar às mudanças. Ao ignorar os "não" e a buscar constantemente novas oportunidades, é possível construir uma carreira longa e gratificante.


Ricardo Aquino é publicitário com mais de 25 anos de experiência em gestão de marcas como Petrobras, Fiat Automóveis, Oi, Grupo Pão de Açucar, Ponto Frio e Ricardo Eletro.

Na sua carreira teve passagens por grande agências de publicidade como DM9 I DDB, Nbs, Propeg e Grey Brasil.

 
 
 

2 commentaires

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Invité
17 sept. 2024
Noté 5 étoiles sur 5.

👏👏👏

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Marcio Ferretti
Marcio Ferretti
16 sept. 2024

Belo texto, grande reflexão. A sociedade, ainda, precisa se seniorizar para entender que o avanço da idade é o avanço e a descoberta de novas possibilidades. num outro ritmo, numa outra pegada, mas com alcances diversos

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